Nascia o Mimo, Marcel Marceau

22 Março 1923

Famoso mimo francês, Marcel Marceau, universalmente aclamado como o maior mimo de sempre, nasceu a 22 de março de 1923, em Estrasburgo, e morreu a 22 de setembro de 2007, em Paris. O seu interesse pela arte da mímica começou quando ele era ainda muito jovem – imitava com gestos tudo o que lhe vinha à cabeça. Para cimentar este gosto contribuíram nomes que, mais tarde, Marceau descobriu: Charles Chaplin, Buster Keaton, Harry Langdon e Stan Laurel e Oliver Hardy (“Bucha e Estica”). Foi a admiração por estes homens que levou Marcel Marceau a enveredar pela arte do silêncio como profissão.
Em 1946, com 23 anos de idade, tornou-se estudante da Escola de Arte Dramática Charles Dullin, instalada no teatro parisiense Sarah Bernhardt. Estudou com Etienne Decroux (outra referência do mundo da mímica), o que lhe valeu a integração na sua companhia teatral. O talento de Marceau revelou-se logo no início, acabando por representar o papel de “Arlequim” na peça intitulada Batista. A sua atuação foi de tal modo aclamada que Marcel Marceau se sentiu encorajado a apresentar o seu primeiro “mimo-drama”, chamado Praxitele e o Peixe Dourado. O público gostou tanto que a carreira de Marceau na mímica ficou firmemente estabelecida. Um ano mais tarde apareceu a grande criação do jovem mimo francês: “Bip”, uma espécie de palhaço que vestia uma camisola às riscas e um chapéu de ópera achatado. As aventuras e desventuras de “Bip” em barcos e comboios, em salões de dança ou restaurantes, são ilimitadas. Os trabalhos silenciosos de Marceau, que incluíram clássicos como “A Jaula”, “Caminhando Através do Vento” e “No Parque”, bem como algumas sátiras que visavam desde escultores a matadores, foram descritas como obras de um génio.

O seu contributo para a Arte foi-lhe reconhecido em Novembro de 1998, quando o presidente da República de França, Jacques Chirac, o nomeou Grande Oficial da Ordem de Mérito. Em 1996, nos Estados Unidos, foi criada a Fundação Marcel Marceau, que pretende promover e encorajar a arte da mímica e do “mimo-drama”, tanto nos EUA como internacionalmente, bem como preservar e perpetuar o trabalho do mimo francês. Entre outros prémios e homenagens, o artista foi ainda reconhecido pela sua versatilidade teatral, tendo sido nomeado, em 2001, Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para o Envelhecimento.
Apesar da idade já avançada, em 2003 actuou em Portugal, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, e, dois anos depois, fez uma digressão de despedida dos palcos pela América Latina, onde fez espectáculos em Cuba, Colômbia, Chile e Brasil.